segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Sobre gavetas e camisas de banda

Hoje senti falta dum menino que conheci há uns 7 anos. E que hoje é um grande amigo. Daqueles que ligam no dia do aniversário e dizem que gostam do meu cabelo "assim como tá", comprido e ruivo. Mas demorou pra gente ser amigo. Porque já fomos namorados. E não é fácil ser amiga de ex-namorado. É das coisas mais difíceis. Mas é o tipo de coisa que a vida ensina a gente a se acostumar com. Até pra gente se entender melhor. Porque após o tempo-do-fim do namoro, e do fim dos tempos dos sintomas no peito, chega o dia em que abrimos as gavetas pra revivermos cada feriado e greve de faculdade que passamos juntos. Porque antigamente as histórias dos casais seguiam assim, em greves, feriados e bilhetinhos. Porque não tínhamos câmera digital ou Facebook. E foi num dia desses, de arrumação de gavetas, que veio toda uma nostalgia de bandas-de-garagem, camisas pretas e cabelos "de metaleiro". E bateu forte a tal da saudade. Ao som de Deep Purple e Jeff Healey Band. Ao som de uma época em que não tínhamos vergonha de passear de mãos dadas. Ou em companhia de nossos amigos nerds. Saudades dessa vida que não era uma pasta no Windows. Mas que ainda assim vivemos. De um outro jeito. Em criados mudos e gavetas abertas. Ou em save delete ou cancel. Ou ao deixarmos um recado porque agora não estamos. Não estou.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

E a garota mais legal continua dançando sozinha

E ontem aquela menina dançando, loucamente, suadouro rosa, casaco na pista, Billy Idol Placebo e ela feliz, e o menino também, truncado, dançando estrangeiro, Babilônia refrão e cerveja, Ipanema, a mesma década, o mesmo rito, pista de folga, Legião água e Coca Cola, deixa o êxtase, quatro e meia, bom dia.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sábado

De vez em quando a história começa com aquela mensagem dizendo "20 reais banda X na Lapa bora?" aí ok você acha graça sorri e pensa que pode ser já que o show é na Lapa e a banda parece boa aí então você começa a dizer pro menino que vai chegar às 11 mas em meio à reticência da mensagem você também pensa em todo o contratempo de uma saida com um amigo que obviamente tá tão solteiro como você e que tá meio que querendo companhia pra toda e qualquer atividade que não seja exatamente um show de Rock mas como ele sabe que convidar pruma pegação no cinema é algo meio 15 anos e como ele também não tá com esse desprendimento e grana pra te levar prum motel na Barra é melhor então que o drink seja num inferninho na Lapa e é por isso que o tal amigo de vez em quando te escreve porque ele sabe que eventualmente você pode aceitar a mensagem-pretexto já que não é nada demais e você adora Rock e convenhamos o cara é simpático e obviamente ele tem consciência disso então ele tenta jogar essa simpatia mais uma vez mandando uma segunda mensagem com algum flerte mais direto pois ele sabe que qualquer flerte é melhor que um sábado sem graça como hoje mas é aí que a história de vez em quando não começa assim porque de repente você percebe que não é o sábado que tá sem graça mas o fato de que estamos cada vez mais previsíveis principalmente em nossas mensagens e pretextos e é por isso então que você desiste do show e vai pra Lapa encontrar os amigos que também já desistiram de pretextos e hoje preferem boas histórias e risos e aquele engradado de Skol que dura até as 4 da manhã ou até que a conta estoure o limite do cartão da maioria.

Noize

cartapralice@gmail.com

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